Velo teu sono, e nem é assim tão tarde...
Teu corpo treme e arde contra a cama fria,
estranhos sons a tua boca balbucia,
e se recusa ao repouso e ao abandono.
A noite corre e meu amor ainda te vela.
Em meio a ela, eu creio, o escuro te ameaça,
Mas o amor, se é puro, é aço: nada passa,
nada atravessa seu calor e sua cautela.
Velo teu sono em altas horas, agitado,
e, sem demora, eu respondo ao teu gemido.
No teu ouvido, sussurrei: “Passou! Descansa!
Minha voz avança contra os vultos, ao teu lado...”
É já aurora e ainda velo; teu semblante,
não mais qual antes, mas tranquilo, já ressona,
qual fosse um anjo que, agora, vem à tona,
brincar comigo, tua escolta, docemente.
Quisera eu saber que, em todo pesadelo,
o Amor me vela, atento ao meu corpo arfante....
E eu, em paz, sereno infante, em seu alento,
libertaria a alma em sonhos, os mais belos...
3 comentários:
Li por acaso esses teus versos e não conheço a tua poesia. Mas é o bastante para te agradecer por compartilhar a beleza que senti.
Li por acaso esses teus versos e não conheço a tua poesia. Mas é o bastante para agradecer a beleza que senti.
Li por acaso esses teus versos e não conheço a tua poesia. Mas é o bastante para agradecer a beleza que senti.
Postar um comentário